Levantamento foi feito com base na cesta básica de alimentos contemplada pela metodologia do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Preço da cesta básica em Piracicaba (SP) em outubro é maior do que em cinco capitais
Reprodução
Um levantamento da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) aponta que o preço da cesta básica em Piracicaba (SP) em outubro é maior do que em cinco capitais. Os números foram publicados no Índice de Cesta Básica (ICB), estudo mensal que acompanha a variação no preço dos produtos.
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O levantamento neste caso foi feito com base na cesta básica de alimentos contemplada pela metodologia do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em Piracicaba, seguindo essa metodologia, a cesta básica custa em média R$ 681,39.
Na capital paulista, uma cesta básica usando os mesmos parâmetros de produtos e quantidades custa R$ 739,21, segundo o Dieese. Entre as 17 capitais pesquisadas, Porto Alegre é a que tem maior valor. Veja no gráfico. 👇
Diferente do ICB divulgado mensalmente, neste caso, porém, o valor não considera itens de higiene pessoal e limpeza doméstica, conforme esclareceu o coordenador do projeto, professor Carlos Vian.
É uma cesta exclusivamente de alimentos e tem diferentes quantidades em relação à cesta do Procon-Dieese, que é uma cesta de alimentos, higiene e limpeza. Nós estamos fazendo essa comparação para ter uma noção e mostrar a diferença em relação a outros lugares do Brasil, argumentou.
Usando a metodologia do ICB, que é a mesma do Procon-Dieese, e contempla mais produtos e outras duas categorias, o valor da cesta básica é ainda mais alto: R$ 1.169,50, o que representa 88,60% do salário mínimo nacional.
Produtos de limpeza tiveram alta em outubro, aponta Esalq
Getty Images/Via BBC
Alta nos produtos
Conforme o ICB divulgado nesta quarta (29), em relação aos preços em setembro a cesta básica teve uma alta de 2,6%, com destaques para aumentos no segmento de alimentação e limpeza.
A alimentação apresentou um aumento de 3,01%, de R$ 941,72 para R$ 970,09. O segmento de limpeza doméstica aumentou 6,49%, de R$ 85,49 para R$ 91,04. Já o segmento de higiene pessoal reduziu 3,88%, de R$ 112,75 para R$ 108,38.
A cesta mais cara entre os estabelecimentos pesquisados teve valor de R$ 1.369,91 e a mais barata de R$ 1.034,91, uma diferença de 32,45%. Segundo os pesquisadores, a enquete é feita em lojas de varejo e atacarejo, e por isso apresenta essa diferença.
Maiores variações
A maior variação na categoria dos alimentos da cesta básica do ICB foi a cebola, cujo preço aumentou 27,69%. Este comportamento pode ser atribuído à dinâmica de chuvas nas regiões produtoras, resultado do fenômeno El Niño, atrapalhando o ritmo de colheita da cultura em regiões ao sul do país, explicam os pesquisadores.
Segundo eles, as chuvas também prejudicam o desenvolvimento dos bulbos da cebola, causando uma diminuição da oferta devido à podridão e a queda na qualidade do produto.
Cebola teve maior aumento no preço na cesta básica
Celso Tavares/g1
O óleo de soja também se destacou entre as maiores altas, com 15,95%. Segundo o estudo, isso pode ser atribuído às pressões de demanda pelo grão e farelo da soja, além da procura por parte das indústrias de biodiesel.
Além disso, condições climáticas adversas também contribuíram com uma alta nos preços médios da matéria prima.
Três tipos de carnes também figuram entre os produtos com maiores altas nos preços em outubro: salsicha, frango e carne bovina. Esse comportamento está atrelado a uma alta nos preços médios das carnes suína e bovina, diz trecho da pesquisa.
Já no caso do frango, o estudo aponta que motivos sazonais aumentaram a demanda pelo produto no último mês, por conta de feriados. Por outro lado, houve a redução do período de dias úteis de abate, o que limitou a oferta do produto no mercado nacional.
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