Tá quente, tá frio e agora vai estão entre as falas de magistrados e ministros do Palácio do Planalto nas conversas de bastidor sobre o próximo chefe do Ministério Público Federal. Lula durante a reunião no Palácio do Planalto em novembro de 2023
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
O vaivém de Lula em torno da escolha do novo procurador-geral da República é tema constante de conversas de ministros nos bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF).
Alguns magistrados foram avisados por interlocutores do Palácio do Planalto de que a indicação é iminente e poderia, inclusive, ocorrer nesta semana – o que ainda é incerto.
Enquanto isso, Elizeta Ramos está no cargo de procuradora-geral interina há quase dois meses. Diante da demora de Lula, ministros brincam com o termômetro da indicação no Palácio do Planalto.
No Supremo, há quem apoie o nome do vice-procurador Paulo Gonet, que já foi favorito, caiu no páreo e agora voltou à disputa.
Sobre isso, um dos ministros disse: “parece aquela brincadeira do tá quente, tá frio”, fazendo alusão ao fato de que o favoritismo dos cotados muda a cada dia.
Já um ministro do Palácio do Planalto ouvido pelo blog se limitou a dizer: “agora vai”, acrescentando que era impossível cravar o nome do escolhido.
Um segundo ministro do Planalto afirmou: “Ele [Lula] quer resolver o mais rápido possível” . Perguntado se o nome sai mesmo esta semana, ele disse que deve sair mas fez a ressalva: “Quem sabe? Ele quer definir”.
A escolha do novo procurador-geral da República se tornou o maior desafio do governo Lula em seu terceiro mandato. Lula abandonou a lista tríplice e passou a adotar o critério pessoal – mas, de fato, ainda não confia integralmente em nenhum dos cotados.
A ideia inicial era deixar Elizeta Ramos no comando interino, sem pressa para substituí-la. Mas Lula interpretou que ela, no cargo, começou a abrir portas e cargos para lavajatistas – o que o deixou contrariado e o levou a mudar de ideia, correndo para escolher o novo PGR o quanto antes.
