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Eleições do Bahia: Emerson Ferretti quer fortalecer esporte olímpico e marca do clube; veja propostas

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Com informações do G1

29/11/2023 por Redação

Candidato da chapa União Tricolor participa de sabatina do ge e detalha planos para sócios, esportes olímpicos, ações afirmativas e novas receitas O Bahia se aproxima das eleições para a nova Diretoria Executiva e o Conselho Deliberativo da Associação. Marcado para este sábado, o pleito tem cinco candidatos à presidência do clube para o triênio 2024-2026. Um deles é Emerson Ferretti, líder da chapa União Tricolor, que participa de uma sabatina promovida pelo ge.
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Emerson Ferretti é candidato à presidência do Bahia
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Inicialmente, Emerson Ferretti respondeu a perguntas de quatro profissionais da comunicação da rede Bahia: Paulo Cézar Gomes, comunicador da Bahia FM, Ruan Melo, editor do ge, Sérgio Pinheiro, repórter especial da TV Bahia, e Vinícius Harfush, repórter do Correio. No segundo momento, ele detalhou propostas sobre temas pré-estabelecidos.
Emerson Ferretti, de 52 anos, foi goleiro e bicampeão do Nordeste pelo Bahia, em 2001 e 2002. Ele é formado em Administração pela Faculdade Hélio Rocha e tem pós-graduação em Gestão Esportiva e cursos de Gestão Esportiva e de Executivo de Futebol.
Ferretti trabalhou com coordenação de esportes, análise técnica e gestão de clubes e foi presidente do Ypiranga, entre 2010 e 2017. Nos últimos anos, ele trabalhou como comentarista e professor de Gestão Esportiva.
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A chapa União Tricolor, de número 12, tem Paulo Tavares como candidato a vice-presidente. Clique aqui para conferir o plano de gestão dos candidatos.
Veja os trechos da sabatina:
Emerson Ferretti responde a sabatina do ge
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Ruan Melo, ge - Você foi presidente do Ypiranga de 2012 a 2017. Já disse que encontrou um clube em crise e que fez um trabalho de mobilização. Mas o projeto também teve dificuldade durante esse período. O quanto esse período à frente do Ypiranga trouxe de aprendizado e experiência para você?
- Quando entrei no Ypiranga, estava recém-formado em Administração. Tinha toda a experiência como atleta, no futebol, tinha a teoria da Administração na cabeça, mas eu precisava da prática. Já era comentarista de rádio e TV, mas a gestão, que sempre foi uma das minhas paixões, e por isso escolhi fazer Administração, eu precisava da prática. E o Ypiranga se apresentou, naquele momento, como um desafio grande, gigantesco. Estava em vias de fechar as portas completamente. Não tinha absolutamente nada, sequer dinheiro para começar um trabalho.
- Foi um trabalho de reconstrução de uma marca, de espaço físico, de colocar o time que fazia mais de uma década que não atuava, dentro de campo. A gente partiu do negativo. Além de não ter nada, a não ser uma história linda, tinha dívidas. E a gente conseguiu fazer muita coisa bacana, evitou que o clube fechasse, colocou o time novamente em campo. A gente recuperou a posse do patrimônio da Vila Canária, do CT, que tinha sido perdida, colocou projeto social dentro do clube, com patrocínio de Petrobras. A gente recuperou o parque aquático do clube, as quadras, deu lazer e entretenimento à comunidade do entorno. A gente fez um trabalho de marketing e comunicação que se tornou referência na Bahia, mobilizou boa parte da sociedade, alcançou 40 mil seguidores no Facebook, só perdia para Bahia e Vitória. A gente trouxe muita coisa boa para o Ypiranga, que não tinha nada.
- E esse trabalho de oito anos à frente do clube me deu a prática, a experiência, muito aprendizado, o que me credencia a pleitear um cargo de presidente do Bahia. Sem essa experiência no Ypiranga talvez eu fosse um leviano em querer ser presidente de um clube tão grande como o Bahia.
Sérgio Pinheiro, TV Bahia - Você falou da sua experiência no Ypiranga, mas o Bahia é um clube de massa, muito maior. O que te move rumo a esse desafio? Você foi ídolo como jogador. Não acha que coloca a idolatria em risco? Como exemplo tivemos o Roberto Dinamite no Vasco, que saiu chamuscado da presidência. Não teme que possa acontecer com você?
- Eu sou movido a desafios, ou não seria nem jogador de futebol. Toda vez que entramos em campo estamos expostos às críticas e aos elogios, depende da atuação. E confio muito no preparo que tive esses anos todos, no conhecimento de mais de 40 anos no futebol. Tenho 52 anos, entrei num clube de futebol aos 8 anos, só saí aos 35, quase 30 dentro de um clube como atleta. E em outras atividades que me capacitaram a estar pleiteando essa candidatura. O risco de colocar a minha idolatria em jogo faz parte do jogo. O que me move é a paixão pelo clube, a vontade de voltar a defender o Bahia, de trabalhar e de ser campeão novamente pelo Bahia.
Paulo Cézar Gomes, Bahia FM - Se você fosse o presidente do clube na época em foi feito o acordo com o Grupo City, o que teria feito de diferente para que o ganho do clube fosse melhor com a venda do seu futebol, do que no trato final que foi feito?
- O trato final, a gente, muitos especialistas na área esportiva têm a negociação da SAF do Bahia como a melhor de todas que se apresentaram até agora. A gente tem grandes clubes que foram por esse caminho. O Bahia trouxe o melhor player mundial que poderia, o melhor parceiro, sócio, que poderia ter vindo. A expertise que o Grupo City traz de transformar o Manchester City no maior campeão inglês dos últimos 15 anos, campeão europeu, que está transformando o Girona em um clube relevante e líder do Campeonato Espanhol, isso tudo pode ser feito no Bahia. Trazer o Grupo City não faria diferente, foi o melhor que poderia ser feito.
- Dentro do contrato brigaria, talvez, para o clube ficar com um percentual maior que os 10%, não 90% / 10%, mas foi um acordo e precisa ser respeitado. Eu brigaria para ter um percentual maior dentro da Bahia / SAF.
Vinicius Harfush, Correio - O trabalho da Associação tem um desafio de buscar a expansão da marca do Bahia em outros esportes/modalidades. Você como ex-atleta sabe da dificuldade que é atrair patrocínio e incentivo para esportes que não são de alto rendimento ou até para modalidades menos tradicionais. O que você pensa para o Bahia Associação em relação a criação dessas modalidades e nesse processo de captação de renda?
- Bom, sempre disse que o esporte aqui na Bahia é subaproveitado e subvalorizado. Bahia, Salvador, região metropolitana, tem um potencial gigantesco, tem muito atleta perdido por aí, que precisa de infraestrutura, investimento, patrocínio. A entrada no ambiente olímpico de um clube com a marca Bahia e com a força da marca Bahia, sem dúvida nenhuma, vai potencializar e fomentar o esporte olímpico no estado. O Bahia, entrando de cabeça, a gente já está conversando, criando projetos para não perder tempo e começar a inserir o clube no ambiente olímpico. E a gente vai, sim, mover, mudar esse cenário. A marca Bahia é muito forte.
- A dificuldade que se tem para buscar patrocínio no esporte olímpico no Brasil, em geral, e, aqui na Bahia, quando você traz a marca Bahia junto, encontra mais facilidade, mais apoio. A marca Bahia fala com cinco milhões de torcedores apaixonados, diretamente. Qualquer projeto vai ter patrocínio, parceiros comerciais que queiram estar juntos em qualquer modalidade esportiva. Programa de estruturação olímpico que o Bahia vai ter que criar e vai precisar ter resultados duradouros e benefícios contínuos. Processo que a gente vai conseguir atrair, sim. A marca Bahia é muito forte.
Veja as propostas de Emerson Ferretti
Emerson Ferretti detalha propostas para o Bahia
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Quais as propostas para os esportes olímpicos, paralímpicos e esports?
- Primeira coisa que tem que feita é filiar o Bahia a todas as federações, que a a gente não sabe se existe essa filiação. Acredito que em muitas federações olímpicas o Bahia não é filiado. E também filiar ao Comitê Brasileiro de Clubes, que é uma instituição que recebe verba pública, 0,46% de todas as loterias. E essa verba é repassada aos clubes filiados que desenvolvem atividades olímpicas, e por aí você já tem fonte de receita para poder desenvolver um trabalho. Num primeiro momento, logicamente que algumas modalidades individuais ou de duplas, que exigem menos aporte financeiro, porque a receita do clube hoje é baixa. A gente tem ideia que consegue receita que dá manutenção de uma estrutura física e quadro de funcionários reduzido. A gente vai ter que ter criatividade para buscar recursos de outras formas.
- As modalidades olímpicas de menor investimento financeiro vão ser as primeiras que a gente vai atacar para poder inserir o Bahia no ambiente olímpico, trazer atletas de referência, que já são destaques aqui e são baianos para poder vestir e ser atletas do Bahia. E aí o Bahia também ter essa representatividade em algumas modalidades. Mas as equipes e as modalidades coletivas exigem um estudo mais aprofundado. Existe um investimento maior e isso precisa ser mais elaborado, projeto, captação de parceiros, captação de recursos.
- Precisamos ser responsáveis para não endividar o clube, que, hoje, é um clube sanado por conta do acordo com o Grupo City, com o contrato. E a gente não pode endividar o clube. E também, quando colocar essas modalidades, seja basquete ou vôlei, o torcedor quer que seja um time vencedor, o Bahia nasceu para vencer. A gente, quando colocar a equipe em quadra, tem que brigar para ser campeão, não é de qualquer jeito. Essas modalidades coletivas vão demorar um pouco mais, a gente não tem noção ainda do tempo. Está sendo feito um estudo, mas vai ter, sim. O torcedor tricolor quer um time de basquete, de vôlei, para poder torcer.
Como a sua gestão pretende trabalhar as ações afirmativas?
- Fortalecendo-as, e vamos fortalecer criando a Fundação Esquadrão nos moldes da fundação do Barcelona e do Benfica, que são duas referências em fundações originadas de clubes de futebol que têm o esporte como ferramenta transformadora da sociedade. É fundamental. Eu não abro mão de fortalecer esse legado do clube como um clube responsável socialmente. O Bahia virou uma referência, teve ganho na sua imagem, trouxe parceiros comerciais e trouxe recursos para o clube sendo socialmente responsável. Esse não era o objetivo, o objetivo era ajudar a sociedade, mas quando você faz isso é um trabalho de ganha/ganha.
- A gente vai criar a Fundação Esquadrão para seguir fortalecendo esse trabalho junto à sociedade e, logicamente, fazer parcerias, trazer convênios com o poder público, iniciativa privada, leis de incentivo para que a gente possa estender ainda mais o braço social do Bahia.
Como gerar novas receitas para a Associação?
- Uma das coisas, a Fundação vai poder fazer convênios, patrocínios, doações diretas e leis de incentivo para projetos culturais. Enfim, tudo isso é possível. Dentro do ambiente olímpico, projetos esportivos, também. O Bahia tendo as certidões negativas, como tem... Hoje é um clube sem dívidas. O Bahia pode captar, via lei de incentivo ao esporte. É uma outra possibilidade. O posicionamento do plano de sócios também. E aí passa por um reposicionamento de marca, por trazer benefícios aos torcedores para que eles entendam que se associar é muito bom. Além de fortalecer o clube, gera receitas e traz benefícios. Tudo isso são possibilidades de aumento de receita.
- A marca Bahia é muito forte e tem como trazer parceiros comerciais, elaborar projetos que busquem recursos via lei de incentivo e até pelo Comitê Brasileiro de Clubes.
Como gerar interesse e aumentar o número de sócios da Associação?
- Primeiro passa por uma comunicação com o sócio, com o torcedor, diretamente, para que eles entendam que fortalecendo o Bahia, o Bahia vai estar na mesa de negociação com o City de uma forma mais forte, de um posicionamento mais relevante, porque o City vai olhar para o outro lado e vai ver seu sócio forte. Bahia também é dono do futebol do Bahia SAF. Precisa estar fortalecido e, com um número de sócios grande, a gente senta com mais... Nossa voz tem mais peso, representa voz e sentimento de milhões de torcedores. Isso é uma das formas.
- Logicamente que precisamos trazer benefícios para o torcedor se motivar a ser sócio para ver que tem vantagens também. E a partir do momento que você coloca outras modalidades esportivas para funcionar, e o torcedor ver seu time de basquete, de vôlei de praia, enfim, vai motivar também o torcedor a participar disso. Tem várias formas de você motivar o torcedor tricolor a se associar: as competições esportivas, os eventos culturais que o Bahia pode fazer e que está livre para atuar nessas áreas. Isso tudo vai fazer com que o torcedor se motive e fortaleça ainda mais o quadro de sócios.
Qual proposta ainda não foi mencionada e que gostaria de detalhar?
- Tenho sentido há algum tempo que a gente não vê a marca Bahia na cidade, e era uma coisa que chamou muita atenção quando cheguei aqui, em 2000. Você via a marca Bahia por tudo, e se perdeu isso. Até pelo distanciamento de ter o CT fora de Salvador, você só lembra e só vê o Bahia quando tem jogo na Fonte Nova e quando vê a Fonte Nova. A gente precisa marcar a cidade com a marca Bahia, e uma das nossas propostas é levar o Bahia, sua marca para dentro do coração da Bahia, o Centro Histórico, o Pelourinho, onde passam todos os turistas, os baianos, onde tem todos os patrimônios imateriais da Bahia: o acarajé, a baiana, a capoeira, a música. Falta o Bahia, que é um patrimônio também.
- Falta ter esporte dentro do Pelourinho. É um dos nossos projetos, levar a marca Bahia para o Pelourinho, para outros lugares de Salvador. Criar funfests quando o Bahia tiver jogos fora da cidade, para o torcedor saber que pode ir em certos locais que vai ter telão, ponto de encontro dos tricolores para poder torcer nos jogos fora de Salvador e ser uma grande festa, como o baiano é e gosta de tantas festas. Para isso, me coloco à disposição para poder trabalhar pelo Bahia em todas essas frentes.

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