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Apontado por envenenar araucárias em risco de extinção terá que replantar árvores em SC, diz polícia

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

11/05/2024 por Redação

Acordo ocorreu em audiência conciliatória de reparação, segundo a PMA. Espécie só pode ser derrubada com autorização ambiental. Dono da propriedade foi multado em R$ 7,5 mil. Araucárias em risco de extinção são encontradas perfuradas e debilitadas em SC
Um homem apontado por envenenar nove araucárias, espécie ameaçada de extinção, em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, terá que plantar novas árvores no mesmo terreno, informou a Polícia Militar Ambiental (PMA) na sexta-feira (10).
O acordo ocorreu em audiência conciliatória de reparação, em 21 de março, segundo a PMA. O autor aceitou inserir araucárias e outras espécies na área, que será monitorada pelos militares por três anos.
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Em 4 de março, as plantas foram encontradas com perfurações em uma propriedade rural de 192,57 m². Segundo a PMA, nem o número de árvores a serem plantadas, nem o destino das plantas danificadas foram definidos até esta sexta. O processo segue em andamento.
A espécie só pode ser derrubada com autorização (licença) do Instituto do Meio Ambiente do estado, mediante apresentação de projeto para o espaço.
Araucárias em risco de extinção perfuradas e debilitadas levantam suspeita de envenenamento em SC
PMA/Divulgação
O g1 questionou o Ministério Público Federal (MPF) sobre o andamento do processo, mas não teve retorno até a última atualização do texto.
Relembre
As perfurações foram identificadas durante uma operação de inspeção no interior da cidade, que possui 254.781 habitantes. Os furos, segundo a polícia, teriam sido feitos com uso de ferramentas. Segundo a PMA, todos os buracos eram circulares e com tamanhos semelhantes.
A situação, segundo a PMA, motivou aplicação de multa de R$ 7,5 mil contra o dono da propriedade.
A suspeita, de acordo com a Polícia Militar, é de que uma substância química tenha sido injetada nas árvores com o objetivo de causar a morte delas. Os policiais também observaram secreção saindo pelos furos das árvores. Novas perícias podem ser solicitadas durante o processo penal.
Além disso, os pinheiros da propriedade estavam debilitados, apesar de as árvores da fazenda ao lado apresentarem boa vitalidade, segundo a polícia. O terreno é usado para a plantação de mandioca, segundo a PMA.
Os furos, com a inoculação de substância química fizeram com que essa vegetação secasse e, posteriormente, chegasse a total desativação biológica, disse a PMA em nota.
Araucárias em risco de extinção perfuradas e debilitadas levantam suspeita de envenenamento em SC
Polícia Militar Ambiental/Divulgação
O local onde as árvores estavam foi interditado. Os policiais também emitiram uma Notícia de Infração Penal Ambiental (NIPA) e encaminharam o documento ao Ministério Público, que vai investigar o caso.
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Espécie ameaçada
Da espécie Angustifólia, as araucárias estão na lista de árvores ameaçadas de extinção, segundo o professor do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Marcelo Callegari Scipioni (leia mais abaixo). Elas também são chamadas de pinheiro-do-Paraná e são nativas do Brasil.
Presente na Mata Atlântica, essa árvore pode ultrapassar até 500 anos de existência, segundo Scipioni.
No entanto, devido ao avanço do processo de urbanização e à redução das fronteiras agrícolas, o pesquisador destaca uma diminuição significativa das áreas naturais onde a espécie é encontrada.
Essa é uma espécie de interesse ecológico, por dominar a paisagem e fornecer sua semente de alimento e abrigo para a fauna e flora. Então, essa expansão desordenada de ocupação do território tornou essa espécie ameaçada de extinção no aspecto de pressão, de uso da madeira da espécie também, explicou.
Outro fator que contribui para a vulnerabilidade da araucária é a mudança climática. Scipioni ressalta que a araucária se desenvolve em climas frios e, com o aumento das temperaturas, a árvore tem perdido espaço para outras espécies tropicais.
Araucaria angustifolia encontrada em Urupema
Marcelo Callegaro/ Arquivo pessoal
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