Artistas do Norte e Nordeste são os primeiros confirmados no line-up, que traz pela primeira vez o show da rapper Duquesa (BA), indicada ao prêmio internacional BET Awards; e o encontro inédito de Nilson Chaves e Íris da Selva. A cantora Pablo Vittar se apresenta na 28ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, na Avenida Paulista
FELIPE MARQUES/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Os primeiros artistas anunciados nesta terça-feira (18) no line-up do Festival Psica 2024 trazem os sotaques do Norte e Nordeste: do Maranhão, a estrela pop Pabllo Vittar; da Bahia, com a rapper Duquesa, indicada ao prêmio internacional BET Awards; do Amazonas, a icônica batalha dos bois de Parintins; a lendária banda Os Brothers, potência do tecnomelody e do arrocha do Pará; e o encontro inédito entre Nilson Chaves e Íris da Selva, duas gerações iluminadas da música popular paraense. Batizada de Psica Dourado, a edição deste ano será realizada nos dias 13, 14 e 15 de dezembro.
“Anunciar esses primeiros nomes, artistas exclusivamente do Norte e Nordeste, foi uma decisão de demarcar território que se fez importante sobretudo depois que vimos que, em pleno 2024, nossas regiões seguem invisibilizadas pelos grandes festivais do sudeste. Na missão de valorizar a nossa cultura, puxamos pra cá essa discussão”, diz Gerson Dias, diretor do Psica.
O Psica Dourado terá programação gratuita em diversos palcos a céu aberto no bairro da Cidade Velha, na sexta, 13 de dezembro. Em seguida, no sábado e domingo, 14 e 15 de dezembro, o festival ocupa o Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão.
Nilson Chaves e Íris da Selva preparam um show que une as gerações da música popular da Amazônia
Divulgação
Encontro de garações
Maior festival de música da região Norte e um dos mais importantes do Brasil, o Psica faz história ao apostar no protagonismo da cultura preta e periférica da Amazônia. Este ano, o Psica Dourado promove um encontro inédito que promete ser um dos momentos mais simbólicos da edição: Nilson Chaves e Íris da Selva preparam um show que une as gerações da música popular da Amazônia.
Compositor, cantor e violonista, Nilson é um dos maiores artistas do Norte do Brasil. Com mais de 50 anos de carreira e 30 discos gravados, o paraense tem reconhecimento nacional e internacionalmente. Nilson forjou uma linguagem poética e musical amazônica que influencia artistas de diversas gerações.
Íris da Selva, destaque da novíssima safra de artistas paraenses, é um desses frutos também semeados pelo legado de Nilson. Músico trans da periferia de Belém, Íris parte do carimbó urbano de Icoaraci e desdobra sua arte imerso no lirismo da música popular brasileira e paraense. Suas músicas, de alegre melancolia, evocam ancestralidade, a energia das águas, e trazem elementos da “regionalidade” para criar metáforas sobre sentimentos universais.
“Para mim, é uma honra participar do Psica, que busca valorizar a música que se faz na região amazônica, seja urbana ou mais raiz. Neste show, vou dividir o palco com Íris da Selva, que também tem um trabalho autoral e é um grande cantor dessa nova geração do estado do Pará”, celebra Nilson.
Tocar com o Nilson significa pra mim um marco na minha carreira. A grandeza da voz, a profundidade das músicas e o universo amazônico que ele expressa muito bem em tudo que cria me ensina muito sobre a verdade que também quero expressar através da minha música. Eu estou feliz e grato pelos aprendizados que virão dessa parceria, comemora Íris.
Pop drag do Maranhão para o mundo
Pabllo Vittar e Madonna se abraçam em show em Praia de Copacabana
Reprodução/ TV Globo
Entre as drags mais populares do mundo, Pabllo Vittar faz história na música pop. Nascida no Maranhão e criada no interior do Pará, a artista se inspira em ritmos do Norte e Nordeste e tem levado o tecnobrega a milhões de fãs com os novos álbuns “Batidão Tropical” Vol 1 e 2, que regravam hits de bandas paraenses como Ravelly, Companhia do Calypso e Gaby Amarantos. Sucesso de público, os discos registraram 9 milhões de streams nas primeiras 24 horas.
A artista foi reconhecida pela revista norte-americana TIME como uma das principais líderes influentes da nova geração, além de ser a primeira cantora drag queen a receber um prêmio no MTV EMA.Há anos, já circula por palcos e festivais internacionais. Em 2022, Pabllo esteve em turnê nos Estados da Europa e na América, e foi a primeira drag a performar no Coachella. A cantora também foi atração nos Lollapalooza Brasil, Chile e Argentina e no Primavera Sound Barcelona, e acaba de se apresentar ao lado de Madonna no maior show de toda carreira da rainha do pop, que reuniu 1,6 milhão de fãs em Copacabana.
Rap da terra do axé music
Cantora Duquesa, destaque internacional do rap brasileiro
Ib Cardoso
Da terra do axé music, a cantora Duquesa figura entre as maiores revelações do rap brasileiro. Indicada este ano a melhor nova artista internacional pela BET Awards, que premia artistas afro-americanos da música, ela apresenta versatilidade, surfando entre gêneros e narrando de maneira íntima seus posicionamentos, enquanto mulher negra, feminista e baiana. Somando mais de 44 milhões de plays nas plataformas digitais, Duquesa já é considerada um dos grandes nomes da produtora Boogie Naipe - encabeçada por Eliane Dias, empresária dos Racionais. Ela abre novos caminhos no rap, trap e R&B, com seus discos Taurus e Taurus Vol. 2, lançados em 2023 e 2024.
Folclore da Amazônia
Cultura da Amazônia: Caprichoso e Garantido, bumbás de Parintins, terão destaque no festival
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No Psica 2024, a mais icônica manifestação folclórica do Amazonas aporta no coração do Pará. A batalha secular de Parintins chega para encher Belém de azul e vermelho, com o Boi Caprichoso e David Assayag, do Boi Garantido. “É uma atração que a gente queria trazer há bastante tempo. A gente precisa interligar mais a nossa cultura nortista e nada mais justo do que trazer essa que é uma das maiores festividades do Norte, enaltecendo ainda mais a nossa cultura amazônica”, diz Jeft Dias, diretor do Psica.
Irmãos do melody
A banda “Os Brothers” é dona de vários clássicos do melody do Pará
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Lenda do tecnomelody, a banda “Os Brothers” é dona de vários clássicos que todo paraense sabe de cor, como “Hoje eu tou solteira”, “Rainha” e “A distância”. Com mais de 15 anos de estrada, o grupo circula por casas de shows do Pará, Amapá e Maranhão, e em países como Suriname e Guiana Francesa. “A banda ‘Os Brothers’ está no panteão do tecnobrega junto com Banda AR-15, Tonny Brasil, Fruto Sensual, Viviane Batidão. Então nada mais justo do que tê-los no festival”, diz Gerson.
Serviço
Festival Psica 2024: dias 13, 14 e 15 de dezembro, na Cidade Velha e no Estádio do Mangueirão, em Belém. Os ingressos promocionais já estão à venda: R$ 100 (meia), R$ 160 (solidária) e R$ 200 (inteira).
