Ídolo do clube, treinador foi chamado de burro no empate com o Palmeiras, algo nunca antes feito pela torcida gremista O momento vivido pelo Grêmio é conturbado, reforçado pela insistente posição na zona de rebaixamento do Brasileirão. O time esteve perto de deixar o Z-4, mas sofreu empate do Palmeiras e seguiu em antepenúltimo na tabela. Fato que causou a ira dos torcedores, a ponto de chamar Renato Portaluppi de burro. Uma situação inédita para o técnico, ídolo do clube.
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São mais de 500 jogos no comando do Grêmio, em quatro passagens distintas, num espaço de 14 anos. Como atravessou diferentes momentos no clube, Renato certamente foi vaiado pela torcida que o venera, mas não nesta magnitude. O fato surpreendeu o próprio treinador.
– Até estranhei a reação da nossa torcida, nunca tinha acontecido assim. Entendo pelo resultado, pela nossa situação, contra o Palmeiras, vencendo por 2 a 0 e chega o empate. Mas isso não me preocupa, faz parte do futebol. Sabe por quê? Porque eu sou bom para caramba, e a torcida do Grêmio sempre esteve comigo – destacou Renato.
Por outro lado, o comandante se mantém convicto do trabalho e reforça o discurso positivo, embora com vários clichês. Em várias respostas, diz que o Grêmio vai voltar para o seu lugar, vai decolar, ou então que não se deve fazer tempestade em copo dágua.
O técnico usa como argumentos a melhora recente de resultados. O Grêmio tem cinco pontos nos últimos três jogos, com vitória sobre o Fluminense e empates com Palmeiras e Atlético-MG. No entanto, antes disso, vinha de seis derrotas seguidas no Brasileiro.
- No contexto da coisa, nada é bom se não ganha. Estamos numa crescente. São tres jogos que não perdemos. O Grêmio tem dois jogos a menos. Os que estão na nossa frente, já, já o Grêmio vai atropelar. Estávamos ganhamos de 2 a 0 e levamos o empate. Tenho que continuar dando moral pro grupo, porque estamos jogando bem - garantiu Renato.
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Parte das críticas da torcida também está descolada do resultado. Renato insistiu na escalação de JP Galvão na ausência de Diego Costa, machucado. O reserva não tem dado a resposta esperada. Entrou em campo minutos antes da virada do Palmeiras, por exemplo. Nos últimos jogos, o técnico mudou o jeito do time atuar, com a entrada de Edenilson, algo pedido pelos gremistas há mais tempo.
Outro ponto criticado, aí não no estádio, mas nas redes sociais, tem sido o rodízio no gol do Grêmio. Aliás, o próprio Marchesín, titular no empate com o Palmeiras, se mostrou incomodado com as frequentes trocas.
Renato Portaluppi, técnico do Grêmio
Lucas Uebel/Grêmio
O treinador disse que a torcida sabe do resultado do trabalho. Em outro momento, na derrota no Gre-Nal, trouxe à tona o currículo e os títulos conquistados. Entre 2016 e 2018, findou o jejum do clube e engatou Copa do Brasil, Libertadores e Recopa Sul-Americana. Depois disso, porém, os únicos troféus levantados foram a nível estadual.
No percurso, ainda, um rebaixamento à Série B em 2021. Isso sem participação direta de Renato, que pediu demissão após eliminação na fase prévia da Conmebol Libertadores. Na época, aliás, os estádios ainda não tinham torcida pela pandemia. O que evitou qualquer eventual crítica presencial.
O Grêmio volta a jogar neste domingo, contra o Juventude, na tentativa de vencer e buscar sair da zona de rebaixamento. O Tricolor terá os retornos de Dodi, Villasanti, Geromel e Gustavo Martins para a partida, enquanto Rodrigo Ely é desfalque.
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