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Entrevista: dono da SAF do Londrina faz balanço, detalha investimentos e projeta 2025

globoesporte.com - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

11/10/2024 por Redação

Guilherme Bellintani vê 2024 como ano zero da gestão no LEC e detalha próximos passos Dono da SAF do Londrina faz balanço do ano, projeta 2025 e quer manter Claudinei
Proprietário da SAF do Londrina, Guilherme Bellintani vê de forma positiva a temporada do clube, ainda que sem o acesso à Série B do Brasileiro. Em entrevista ao ge, o dirigente destacou que 2024 é tratado como o “ano zero” da atual administração no LEC e valorizou o desempenho no Paranaense e, principalmente, na Série C. Agora, o foco está em avançar para 2025.
– O balanço é de um ano bem positivo, um ano que começa com um novo modelo de gestão. É para nós um ano importante, um ano de desafios, um ano de transição. E agora, a partir de 2025, a gente começa a implementar o projeto mais com a nossa cara mesmo, com a cara do que a gente imagina – destacou.
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Resumidamente, Bellintani apontou algumas das conquistas feitas nos primeiros meses da SAF do Londrina: a compra do terreno de centro de treinamentos, a reforma do VGD para utilizar o estádio em jogos e treinamentos, o pagamento das dívidas (com reparcelamento de dívida fiscal e acerto de parte de dívidas trabalhistas) e o avanço para obter o certificado de clube formador.
- É um projeto que vai de investimento no futebol, mas vai em infraestrutura também e em pagamento de dívida. Quando combina essas três coisas: time mais competitivo, estrutura forte e quitar as dívidas, acho que em médio prazo, em três, quatro ou cinco anos, vamos ver o Londrina muito mais poderoso.
Confira abaixo alguns pontos da entrevista:
Permanência de Claudinei Oliveira
Pensando no próximo ano, o dirigente já indica alguns passos. Um deles é a possível manutenção do técnico Claudinei Oliveira. Uma conversa com o treinador deve ocorrer nos próximos dias para sacramentar a situação. A partir disso, Bellintani e a diretoria do LEC vão começar a definir o elenco e o planejamento para a temporada.
- A gente tem uma admiração enorme pelo trabalho do Claudinei, foi uma escolha acertada na nossa visão, um treinador experiente, respeitoso, cuidadoso com o projeto. Sabe trabalhar com jogadores, tem uma visão de futebol moderno. É o nosso desejo, sim, que ele possa ficar. Lógico, a gente tem que ter essa conversa, que deve acontecer nos próximos dias, com ele – disse Bellintani.
- É um treinador que, se não ficar, foi por algum problema específico, mas que acontece de negociação, seja de valores ou qualquer outra coisa, ou de identidade com o projeto da parte dele, se ele não quiser ficar. Da nossa parte, o desejo é que ele fique. Não é uma promessa – completou.
Bellintani pontuou ainda que o clube já está de olho no mercado analisando possíveis nomes para reforçar o elenco, mas tudo passa pela definição do treinador.
- A gente está terminando a nossa análise. Qualquer decisão vai depender primeiro da conversa com o professor Claudinei, eventualmente do interesse de ele continuar. Ele ficando, vai participar muito dessa conversa, se não ficar, o outro treinador vai conversar também. A gente tem um mapeamento da competição e de outras competições com antecedência.
- Nosso olhar para o mercado está pronto para apertar o botão, temos três analistas de desempenho, focados na montagem do elenco para o ano que vem. A gente está com a análise toda pronta, começa agora a olhar para o mercado, mas primeiro de tudo é definir o treinador.
Guilherme Bellintani, dono da SAF do Londrina
Rodrigo Saviani/ge
“Ano zero”
Bellintani trata 2024 como um “ano zero” pela forma que assumiu a SAF do Londrina. Em dezembro de 2023, a Squadra Sports participou junto ao clube, após aprovação de proposta vinculante, da montagem do elenco para o Paranaense. A venda da SAF foi votada em abril e confirmada apenas em junho de forma oficial, já com a Série C do Brasileiro em andamento.
- A gente chama de ano zero justamente porque foi um ano de transição. Parte dele no modelo da associação, parte dele já com o SAF, inclusive no meio do campeonato. Lógico que a gente fez com a associação o sistema de cogestão, porque a gente já foi entrando no investimento, ajudando e definindo em alguns processos. Mas, de fato, de SAF, de junho a outubro – detalhou.
- Se a gente for olhar o começo do ano, quando de fato começou a fazer esse sistema de cogestão com o Londrina, praticamente não tinha sequer um jogador profissional aqui dentro do clube, tinha alguns jogadores do sub-20 que ficaram para 2024, algum ou outro jogador profissional contratado, mas muito pontual – relembrou.
Resultados em campo
No Paranaense, o Londrina avançou na primeira fase e parou nas quartas de final ao ser eliminado pelo Athletico. A colocação no estadual não garantiu uma vaga na Copa do Brasil de 2025.
- A gente fez, eu diria assim, um estadual honesto, um estadual que não foi uma grande competição, mas honramos a camisa, não passamos vergonha, não fomos rebaixados ou qualquer coisa desse tipo. Para aquele primeiro momento, que era bem assustador em relação à disponibilidade de elenco e a contratação, muito depois do ciclo de contratação dos nossos adversários, eu acho que a gente fez um bom começo.
Na Série C, o Londrina avançou em sétimo na primeira fase, oscilou no começo do quadrangular decisivo, mas reagiu e foi até a última rodada com chance de acesso. Porém, a derrota para o Athletic evitou a vaga.
- Eu diria que os resultados, a gente conseguir chegar disputando a Série C, ali até a reta final, em determinado momento, foi até um resultado que a gente considera acima do que originalmente a gente imaginava com o começo difícil como aquilo. Como é que um time começa no dia 2 ou 3 de janeiro, praticamente sem nem um jogador aqui profissional contratado, é muito difícil isso, e a gente conseguiu suprir essa dificuldade e chegar até o último jogo disputando – analisou.
- Em 2024, se você olhar, foram dois problemas. Primeiro que a gente não tinha uma espinha dorsal do ano anterior, a gente estava praticamente zerado em termos de jogador, e segundo que a gente começou tarde. Se você começa tarde, mas tem uma espinha dorsal, uma estrutura básica do ano anterior, menos mal. Se você começa tarde e não tem uma base do ano anterior, aí realmente a tragédia estava na nossa porta. A gente evitou tragédias, digamos assim.
Londrina se despede da temporada com apenas 13 vitórias
Juninho Messias/Londrina
Investimento
Bellintani revelou que o investimento em futebol no Londrina em 2024 passou de R$ 8 milhões. Em contrapartida, o clube recebeu R$ 1,5 milhão da cota da Série C do Brasileiro, entre recursos da CBF e direitos de transmissão. Além disso, a SAF tem feito o pagamento das dívidas, que supera os R$ 20 milhões no total.
- A gente investiu praticamente seis vezes mais do que a receita que tem. Isso veio da Squadra, de aporte, a gente não tinha feito o acordo final com a Liga, isso foi tudo aporte nosso. Faz parte do nosso contrato, sendo cumprido com folga em relação aos compromissos de investimento.
- O que a gente diz sempre é que o projeto de médio e longo prazo é muito cuidadoso em termos de investimento. Tem que pagar em dia, pagar as dívidas que o Londrina tem, construir novo centro de treinamentos, reconstruir o VGD. Lembrando que o Londrina tem mais de R$ 20 milhões em dívidas e nós temos que pagar isso, pelo contrato. Antes de fazer investimentos exagerados no futebol, temos que pagar dívida e ainda tenho a obrigação de construir o CT, um CT moderno que o Londrina em breve vai ter.
Para 2025, a ideia é reforçar a folha pensando em novos resultados, mas sem loucuras.
- Para o ano que vem a perspectiva é a gente manter o Londrina em uma folha de futebol que a gente dispute lá em cima. É importante o torcedor entender que aqui a gente não vai ter um projeto que vai assinar cheques milionários, para ter times super ricos. Eu não acredito nesse modelo.
- É um projeto que tem que ser muito cauteloso em temos de investimento, mas não adianta entrar em uma competição que não tenha condição de disputar. É uma mistura de fazer investimentos racionalizados, para manter o Londrina competitivo, mas sem parecer aqui que é um cheque sem fim, que vai estar investindo o tempo todo loucuras dentro do futebol.
- Não esperem um Londrina milionário, contratando jogadores caríssimos. A gente não acredita nesse modelo. Acreditamos sim em um modelo de um time muito competitivo, principalmente em termos de investimento.
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