O MP também pede a prisão preventiva dos envolvidos. A polícia indiciou coordenadores e supervisores do evento, organizado pela empresa 30e, eletricistas, proprietários e gestores, além de engenheiros e responsáveis técnicos do Riocentro por homicídio com dolo eventual (assumindo risco de matar) e fraude processual. João Vinícius Ferreira Simões, de 25 anos, não resistiu a uma descarga elétrica durante a edição carioca do evento I Wanna Be Tour, no Riocentro
Reprodução redes sociais
O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou 13 pessoas por homicídio com dolo eventual (assumindo o risco de matar) e fraude processual após um jovem morrer eletrocutado durante um festival de música no Riocentro, na Zona Oeste do Rio. O MP também pede a prisão preventiva dos envolvidos.
A denúncia alega que os denunciados foram negligentes em relação à segurança das instalações elétricas no evento, levando à descarga elétrica fatal. A argumentação da prisão preventiva alega que que a gravidade do crime, o risco à ordem pública e a necessidade de evitar novas tentativas de obstrução de justiça justificam essa medida.
Em abril deste ano, a Polícia Civil havia indiciado coordenadores e supervisores do evento, organizado pela empresa 30e, eletricistas, proprietários e gestores, além de engenheiros e responsáveis técnicos do Riocentro.
Alguns dos indiciados ainda agiram para alterar a cena do crime, desmantelando estruturas e dificultando o trabalho da perícia, o que denota clara intenção de embaraçar as investigações. Tal conduta reforça a necessidade da prisão preventiva para assegurar a integridade da instrução processual e evitar novas tentativas de obstrução da justiça, disse o promotor José Luiz Acatauassú Bittencourt sobre o pedido de prisão preventiva das 13 pessoas envolvidas.
João Vinícius Ferreira Simões, de 25 anos, sofreu um choque ao encostar em um food truck durante uma chuva forte no festival I Wanna Be Tour, na madrugada do dia 10 de março.
Os laudos técnicos apontaram para falhas da estrutura do evento. Sem isolamento adequado, fios desencapados e submersos, disse a delegada Eláine Rosa, titular da 42ª DP (Recreio), onde o caso estava sendo investigado.
Segundo a delegada, dezenas de pessoas foram ouvidas. Fizemos perícias no local e uma reconstituição importante pra entender o que levou ao ocorrido, afirmou.
A fraude processual foi imputada aos contratados da empresa 30e por não terem preservado o local. Horas após a morte de João Vinícius, os food trucks foram retirados do local, e toda a estrutura desmontada.
O fato foi constatado pela mãe da vítima, que foi ao local logo após a morte do filho fotografar pistas que pudesse explicar a morte do jovem.
Os donos do Food Truck não foram indiciados. De acordo com a polícia, a perícia mostrou que as instalações elétricas do caminhão não apresentavam problemas.
O g1 entrou em contato com a empresa 30e e com o Riocentro e aguarda retorno.